sexta-feira, 1 de abril de 2011

Literatura cap 3 parte 1 - Classicismo

• O Classicismo na literatura não deve ser confundido com o Renascimento: insere-se desntro daquele instante histórico, é fruto dele, mas não deve ser denominado; é Classicismo porque buscou nos clássicos greco-latinos o modelo, a fonte de inspiração através da mímesis.
• Insere-se na época  das grandes navegações, das conquistas ultramarinas e a fase de colonização dos povos e países recém-descobertos. Época ra Reforma e Contrareforma.
• Os potugueses desenvolveram grande ufania, orgulho nacionalista que geraria o aparecimento da maior epopeia de língua portuguesa, escrita por Camões, dedicada ao rei D. Sebastião e por este publicada, sob forma de patrocínio, em 1572.
• A epopeia Os Lusíadas pode ser compreendida como a mais alta expressão de amor à pátria, de orgulho português.
• O soneto, composição fixa de dois quartetos e dois tercetos, num total de 14 versos decassílabos, é que Sá de Miranda introduz em Portugal, em 1527, dando origem ao que denominamos Classicismo português; sua duração é pequena: até 1580 ( ano da morte de Camões e do início do Domínio Espanhol )
• A epopeia camoniana
 - conquistas marinhas portuguesas.
 ○ Um modelo
  - na época de Camões, as viagens ultrmarinas, as conquistas das colônias, a heroicização dos navegadores deram ensejo ao uso do modelo grego clássico, mais especificamente ao de Homero e sua Odisseia, escrita tantos séculos antes, mas que tinha, enfim, um mesmo núcleo de ações heroicas.
 ○ Um herói
  - Vasco da Gama abriu o caminho marítimo-comercial para as Índias, é o herói individual do poema. É metonímia, no entanto, de um povo e suas façanhas, de um tempo especialmente rico e pleno para a nação portuguesa.
 ○ O assunto
  - é a viagem de Vasco da Gama às Índias
 ○ As cinco partes do poema
   × Parte 1 : proposição
      - a apresentação dos assuntos, ou assunto, sobre os quais vai se narrar.
      - é fundamental notar a comparação de caráter heroico, transformador.
      - fica claro observar que os portugueses, no tempo presente da epopeia, substituem gloriosamente os heróis passados e seus feitos e, se comparados aos dos antigos heróis, são sobejamente superiores,
     - fica comprovada a mobilização poética por meio da ufania, do orgulho nacionalista e do superdimensionamento dos feitos portugueses.
 × Parte 2: Invocação
    - invocavam suas musas logo após a proposição do poema épico. Clamavam pelas benfazejas criaturas que auxiliavam os compositores e legar-lhes um bom número de estrofes.
   - Camões invocava as Tágides, criaturas que habitavam as águas do rio Tejo, o rio por onde iam ao mar as naus portuguesas em busca de novas conquistas.
 × Parte 3: Dedicatória
   - foi oferecido ao rei D. Sebastião, responsável pela publicção de Os Lusíadas.
   - D. Sebastião é visto pelo poeta como bem-nascida segurança da lusitana antiga liberdade, ou seja, aquele que, por seu nascimento, impediu que o trono fosse anexado ao trono espanhol.
 × Parte 4: Narração
   - essa parte engloba basicamente dois assuntos: a viagem de Vasco da Gama às Índias e a História de Portugal, acrescidos tais assuntos de largo uso da mitologia grega.
  - nele acontece o Episódio de Inês de Castro, rainha coroada depois de morta, o Episódio do Velho do Restelo, almadiçoando as ambiões portuguesas, "a glória de mandar e a vã cobiça". A fala vo Velho do Restelo é reflexivo-flosófica, representa o que os portugueses, já na década de 60 do século XVI, pensavam de si próprios.Acontece também o Episódio do Gigante Adamastor, adaptação camoniana ao mt de Netuno, com suas longas barbas e tridente na mão, diz o motivo pelo qual não aceita que os portugueses contornem aquele Cabo. O Gigante Adamastor explicará por que fará com que os navios da frota de Vasco da Gama sejam consumidos pelas águas do Cabo das Tormentas: a ninfa que ele ama "mora nestas águas"  e a quilha dos navios poderia machucá-la.
 × Parte 5: Epílogo
   - o narrador dirige-se à Calíope em tom lamentoso, mas grandiloquente.
   - contém apelos ao rei D. Sebastião, refelexões sobre a moralidade e crítica à decadência da nação tão gloriosa.
   - terminam Os Lusíadas e está contada, fantasiosamente, usando-se da mitologia e, portanto do maravilhoso e do inverossímil, a história de uma gente ousada que, lançando-se ao mar tenebroso, conquistou o mundo, ainda que reduzido, no século XVI.

• O maneirismo português
  - maneirista é a produção que reflete a crise da crença nos valores antropocêntricos que, aos poucos, vão sendo substituídos pela angústia, desesperança e dúvida. É quando o homem se descobre não apenas como centro do universo, mas também vulnerável, transitório.
  - a crise provocada pela Reforma e Contrareforma produz inquietação humana vastamente manipulada pela Igreja que deseja retomar os valoes teocêntricos como forma de deter o poder; faz com que o homem renascentista descubra a brevidade da vida, o fluxo rápido do tempo que tudo destrói.
• A lírica camoniana
 - sob a forma de folhas volantes, somente três poemas líricos: um soneto, uma elegia e uma ode.
 - compreende duas vertentes: a vertente tradicional, de versos redondilhos, à maneira palaciana do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, e a vertente clássica, de versos decassílabos.
 - o poema camoniano é vivo, vibrante, tranformador/ transtornador pela facilidade com que os versos expressam a adequação exata de estar no mundo, viver, sentir.
• A lírica da medida tradicional
 - cultivado em versos redondilhos maiores (heptassílabos) e menores (pentassílabos) e as estruturas usadas são o vilancete, em que Camões é soberbo, as quintilhas, esparsas e trovas, motes glosados.
• A lírica clássica
 - escrita em medida nova. O soneto é breve estrutura poemática de 14 versos decassílabos, distribuídos em 4 estrofes: dois quartetos, dois tercetos. O esquema rímico encontram-se petrarquista ou petrarquiano: ABBA/ABBA/CDC/CDE; nos quartetos as rimas são interpoladas/opostas, e nos tercetos, alternadas/cruzadas.
 - há outro esquema rímico de que Camões se valeu em menor escala: ABBA/ABBA/CDE/CDE.

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